CCBerardo
Centro Cultural de Belém
Agosto 2007



Abriu a 25 de Junho, com mais pompa que circunstância, o Museu Colecção Berardo. Ninguém quis perder aquele que se anunciava como o evento do ano, não só pela qualidade da colecção, mas também pela qualidade das tricas originadas pelo processo de instalação no CCB. Tanto furor originou alguma confusão quanto à escolha da indumentária e aquilo que deveria ser uma recepção VIP, não fossem os sempre entusiastas discursos políticos, mais parecia um casamento. Da arte com a política? A frase da noite pertenceu a José Sócrates que, confundindo arte contemporânea com política cultural, afirmou: “Até ontem a arte contemporânea (entenda-se, política cultural…) acabava em Madrid. A partir de hoje começa em Lisboa.” Ou muito me engano, ou nem até ontem a dita acabava em Madrid, ou nem a partir de agora irá começar nada em lado nenhum. Ficamos à espera de ver.

Seguiu-se um jantar para convidados com passadeira vermelha até ao Mosteiro dos Jerónimos. Depois das 21 horas, com entradas gratuitas durante 24 horas, o público acorreu em massa para ver o-homem-que-quer-comprar-o-benfica-e-que-também-compra-quadros. Quando voltei ao CCB, por volta das 23 horas, as pessoas amontoavam-se dentro e fora do museu. A segunda melhor frase da noite, ouvi-a de alguém que após a visita comentava: “Há ali quadros que valem pa mais de mil contos!”

O fenómeno Berardo agradou a muita gente e sobretudo a ele próprio. Era vê-lo satisfeito a distribuir autógrafos, abraços e beijinhos pelo povo como se estivesse em casa. No pátio, as imperiais a 5 euros, eram vendidas a pessoas que supostamente não têm dinheiro para visitar museus… Quando me fui embora, ainda se aguardava pela grande festa com grande espectáculo de pirotecnia, som, luz e maravilhas. A terceira melhor frase da noite, disse o taxista que me levou a casa, indignado com a polícia que não o deixava utilizar a praça de táxis em frente ao CCB para recolher passageiros, dada a confusão mediática. “A desgraça do pobre é querer imitar o rico…” E mais não digo.




























Sem comentários:

Enviar um comentário